segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Eleições para o CRBE






Quem sou eu?




Sou mãe de dois filhos adolescentes, tenho 35 anos, sou divorciada e cheguei pela primeira vez ao Japão em Junho de 1994, portanto, há 16 anos atrás.
Como retornei algumas vezes e até pensei que permaneceria no Brasil, não posso dizer que estou esse tempo ininterrupto no país, no entanto, entre idas e vindas, somam-se 12 anos vivendo em Terras Nipônicas.
Vim como a grande maioria, ou boa parte dela: jovem, recém-casada, cheia de sonhos e com o desejo de permanecer pouco tempo, somente para guardar o montante necessário para voltar ao Brasil e ter o mínimo que se idealiza para viver em seu próprio país: a casa própria, o carro e o emprego estável advindo através da tão sonhada e desejada faculdade, posta de lado na vinda.
Entretanto, os anos foram se passando e o retorno ao Brasil, tornou-se longínquo, foi quando então, ingressei em duas faculdades: a de Bacharelado em Teologia e a de Administração de Empresas, uma radicada em Hamamatsu e outra em Nagoya. Pela dificuldade de conciliação entre ambas e o potencial financeiro ineficaz para manutenção das duas, fui obrigada a abrir mão de uma, no caso a Administração, cujo tempo cursado por mim foram apenas 2 semestres.
Sou professora a pouco menos de três anos, quando, ainda cursando o Quarto Ano de Teologia, passei a integrar o quadro docente da Escola Alegria de Saber, sendo educadora na área de Humanidades. Atuando nas disciplinas de Geografia, Sociologia, Filosofia e Ciências Sociais. Atuei também, em paralelo a este período, no Centro Profissionalizante Brasileiro, com alunos de supletivo.
Hoje faço parte da equipe de docentes do Colégio Pitágoras, em Hamamatsu. Sou educadora nas disciplinas de Filosofia e Sociologia ao Ensino Médio e paralelamente atuo também como Professora I, tendo sob meus cuidados uma multisseriada sala com alunos do 3º. Ao 5º. Ano.
Sou cantora de MPB e Bossa e atuo também como professora de canto autodidata na Memorial Escola de Música do conhecido professor Natanael Alencar.
Sou estudante do segundo ano de Pedagogia pela Universidade Federal do Mato Grosso em atuação conjunta com a Universidade Tokai que através de esforços tanto pelo governo brasileiro quanto o governo japonês, concedem esta rica oportunidade de aperfeiçoamento aos servidores da educação no Japão em concluírem a Licenciatura de forma totalmente gratuita.


O que me fez ingressar a lista dos candidatos ao CRBE?

Para se entender o mínimo, necessário se faz que me aprofunde um pouco e tente de modo sucinto, expor meus ideais.
Sempre lidei com pessoas, fui líder eclesial por quase 15 anos, numa vida dedicada ao próximo e ate mesmo, renúncias pessoais. Desde muito jovem, envolvia-me nos debates relacionados aos problemas sociais, na ênfase de ser uma peça, ainda que ínfima, na melhora e bem estar do próximo. Tive a oportunidade de viajar e conhecer em outros locais instituições não governamentais das quais ainda não pude fazer parte, mas com uma íntima certeza, no futuro, fato que constantemente menciono e exponho aos meus colegas.
Sou a geração dos anos 80. Os que viram a queda do Muro de Berlim, viram a promulgação da Nova Constituição Brasileira, presenciaram o Diretas Já, choraram a morte de Tancredo Neves, presenciaram o inverso da história e viram, seus pais, seus avós, num percurso inverso, voltarem ao Japão, desta vez como dekasseguis.
Sou parte da geração que acreditou na mudança, acreditou no novo e hoje vê, seu país, o Brasil, despontando-se como um dos principais atores dentro do cenário econômico mundial e aqui começa a síntese de minha candidatura no CRBE.
Creio que a motriz que faça alguém envolver-se politicamente com os órgãos governamentais em prol da população em geral basicamente se dá por dois motivos_ ou a recompensa material, descarte-se essa primeira, uma vez que tal cargo será ocupado de forma voluntariosa, ou a recompensa em realizar aquilo para o qual tem a certa convicção de que foi incumbido. Se a incumbência veio por ordem divina ou se a mesma está, como diriam algumas pessoas, no sangue, neste exato momento o que importa é entender a mesma. E este é o real motivo que me faz, entendendo a minha pequenez em relação aos demais candidatos, a ousadamente candidatar-me a tão importante cargo.
Estou, digo estou por não ter licenciatura para a mesma, desempenhando a importante função de Educadora em duas áreas extremamente importantes para a formação intelectual e de opinião de crianças brasileiras que são a Sociologia e a Filosofia, disciplinas sabiamente inseridas na grade do Ensino Médio, não mais nos anos finais, mas sim em toda a sua grade curricular. Dentro desse trabalho mútuo, muitos assuntos importantes são debatidos, desde assuntos globalizados atingindo-os num todo bem como pontos importantes que dizem respeito à esta comunidade em especial. Como todo representante da área de Humanas, muitos assuntos são expostos de maneira à tomada de atitudes em relação a estes, seja questionando, seja revolucionando, seja não estando inerte aos acontecimentos, não os aceitando de forma passiva e indiferente. Uma frase constantemente mencionada por mim em minhas aulas é que o mundo e seus principais fatos históricos foram mudados por pessoas que acreditaram na mudança, em seus ideais. Muitas vezes considerados utópicos, mas que acreditando em sua utopia, transformaram o sonho em realidade.
Para mudar hoje, é preciso que alguém os represente, leve suas críticas, leve seus anseios, seja o porta-voz de uma camada tão importante e muitas vezes esquecida dessa nossa sociedade: os jovens!
Não que só esta classe será ouvida, no entanto, há de se convir que estes mesmos fazem parte de uma família e esta família está inserida dentro dessa sociedade que não mais consegue distinguir se ainda é dekassegui ou já se tornou imigrante .Necessário se faz ampará-los e conduzi-los a trilhar caminhos ainda mais excelentes, sendo grandes representantes brasileiros no exterior que desempenham seu precioso papel de cidadãos, dotados de Direitos e sem dúvida nenhuma, Deveres.
É preciso preparar, e bem, a população brasileira que fará parte da mudança econômica mundial. A geração que fará parte das grandes cúpulas e serão os futuros representantes do Brasil nos grupos mundiais de decisão global.


Propostas para o CRBE


Tenho a plena consciência do que o cargo de Conselheiro dentro do MRE pode e não pode realizar em prol da população imigrante brasileira no mundo.
Tal cargo servirá de ponte, elo entre a população emigrante e seu país de origem. Serão através dos conselheiros eleitos que o governo federal colherá informações necessárias, bem como pleitos da população, para que se possa atuar de forma efetiva e eficaz no auxílio aos milhares de brasileiros que se encontram espalhados pelo mundo, não necessariamente somente no Japão. Porém, e necessário ressaltar que o que é proposto é um auxílio e não uma substituição dos órgãos vigentes que atuam como bases governamentais, diga-se Consulados e Embaixadas. Contudo, vale enfatizar a importância das comunidades em elegerem seus representantes. É preciso crer e ter a confiança de que tal esforço por parte do Ministério das Relações Exteriores, na representação do próprio Itamaraty, se dará como intuito de formalização de metas e projetos em prol da comunidade estrangeira temporária ou permanente em seus respectivos países migrantes.

Como parte da educação de crianças, jovens e adultos, o que pleitearei, com certeza, serão as melhorias no que se refere à educação dos mesmos.
Entendo que sem educação não se é possível transpor a lugar algum. Não consigo aqui colocar em palavras meus sentimentos quando é sabido de um jovem que necessita deixar seus estudos para então embrenhar-se numa fábrica, pela falta de condições de seus pais em o manterem na escola. A falta de objetivos e perspectivas futuras tem feito de nossos jovens reflexos de décadas anteriores, sendo a exceção aqueles que prosseguem em seus estudos. É preciso salientar que a falta de um órgão responsável por esta tão importante área social dentro da comunidade exterior, tem deixado crianças desacreditadas no que a educação pode proporcionar-lhes. É preciso reverter esse quadro, dando melhores oportunidades de qualificação, de adquirirem o conhecimento necessário para que então sejam repatriados, aqueles que desejam retornar ao Brasil, e tenham local garantido dentro do mercado de trabalho.
Como certa feita mencionou o próprio Ministro Celso Amorim: Para mudar é preciso dois pontos importantes, infra-estrutura e educação. A primeira vimos construindo-se ao longo da História Brasileira de luta e sacrifícios. A segunda, ainda nos falta e como, infelizmente ainda nos falta!
Por esta razão esse pedido, de que você querido amigo, junto à minha candidatura, acredite e sonhe comigo que é possível se fazer algo concreto para as gerações futuras!

Grande abraço,
Professora Sandra.


“Devemos nos convencer de que o objetivo final da educação não é aperfeiçoar as noções escolares, mas sim o de preparar para a vida...”
Johann H. Pestalozzi

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Nosso trabalho para o Terceiráo!

Olá Crianças, como váo?

Como sei que estáo com muitas saudades dos trabalhinhos, aí vai um grandinho para vocës.

Dentro do que havíamos estudado sobre as diversas correntes filosóficas, escolha uma das Teoria abaixo, e num pré-TCC, desenvolva seu conteúdo para explanaçáo da bancada de análise que simularemos como numa graduaçáo.

E náo se esqueçam, tudo que adquirimos serve como base de conhecimento, ainda que seja para refutá-lo mais tarde!


Beijáo...See you!!!


Base epistemológica do conhecimento e Teoria

Base epistemológica do conhecimento e a estrutura na qual o conhecimento tem origem como modelo de concepção do conhecimento. Já a teoria e o modelo de explicação da realidade empírica e se apóia, necessariamente, em uma base epistemológica.

1. Base epistemológica de origem biológica hereditária ou inatista.
Tags= biológica hereditária, inatista ou apriorista.

 Teoria do inatismo da inteligência, Binet (1857-1911);
 Teoria do desenvolvimento da criança, Gesell (1880-1961);
 Teoria da pessoa integral, Rogers (1902-1987).
 Teoria da reminiscência, Platão (529-347 a.C);
 Teoria das idéias éticas e matemáticas, Santo Agostinho (354-430);
 Teoria do trabalho da razão, Descartes (1596-1650).

2. Base epistemológica de origem não hereditária ou empirista.
Tags= exclusivo do meio, experiência vivenciada frente ao objeto de conhecimento.

 Teoria do reflexo condicionado, Pavlov (1849-1936);
 Teoria do estimulo e resposta, Watson (1878-1958);
 Teoria do condicionamento operante, Skinner (1904-1990);
 Teoria da experiência, Bacon (1561-1626);
 Teoria da tabula rasa, Locke (1632-1704);
 Teoria da associação espontânea, Hume (1711-1776).

3. Base epistemológica de origem biológica construcionista ou interacionista
Tags= capacidade cognitiva, trocas biopsicolofisiologicas com o meio físico, social e cultural.

 Teoria da equilibracão, Piaget (1896-1980);
 Teoria da mediação simbólica dos signos, Vygotski (1896-1934);
 Teoria da pessoa integral, Wallon (1879-1962);
 Teoria dialética e biológica do conhecimento, Kant (1724-1804);
 Teoria dialética e psicológica do conhecimento, Hegel (1770-1831);
 Teoria dialética e sociológica do conhecimento, Marx (1818-1883)


Concepções de educação e concepções de conhecimento

1. Ideal de aprender.
(Origem biológica hereditária ou inatista)
Tags= concepção tradicional, concepção racionalista de conhecimento.

Conteúdo de ensino As informações são organizadas na ordem das mais simples para as mais complexas. Dos alunos cobra-se somente a memorização do conteúdo.
Metodologia de ensino “Dar a lição” e “Tomar a lição”. Do modo tradicional de transmitir o conteúdo são quase sempre expurgados os aspectos emocionais ou afetivos, por serem considerados fatores impeditivos a um bom ensino e a uma boa aprendizagem.
Relação professor-aluno Dirigida e controlada pela autoridade do professor, que e o mestre, mediador do processo de transmissão de conteúdo. Caso seja necessário, ao professor e permitido usar a coerção para manter a exigência de disciplina rígida.
Método imperativo.
Avaliação Concepção de avaliação como reveladora do que o aluno memorizou em termos de conteúdo. Para que o aluno mostre ao professor que aprendeu a lição, e imprescindível a exata reprodução do conteúdo ensinado.

Principais características:


 Ensinar e transmitir conhecimentos e valores como patrimônio cultural da humanidade;
 Aprender e memorizar conhecimentos e valores, imitando o comportamento de quem ensina;
 Os sentidos não participam da produção do conhecimento, por que a experiência sensorial não tem valor;
 O conhecimento e produto da condição biológica totalmente hereditária do sujeito.

2. Ideal de aprender a aprender.
(Origem não hereditária ou empirista)
Tags= Ensinar e da competência do professor, agente que cria condições para que o aluno aprenda.


Conteúdo de ensino Coadjuvante das experiências de aprendizagem, sendo organizado pelo professor por meio da pluralidade de experiências, mas de acordo com os interesses dos alunos pelas experiências apresentadas, que são utilizadas pelo professor como estratégias de ensino
Aos alunos cabe viver a experiência e aprender, sozinhos, desenvolvendo conhecimentos e habilidades.
Metodologia de ensino O ensino como experiências de aprendizagem, devendo ser utilizadas pelo professor como estratégias de ensino para levar o aluno a assimilar o conteúdo, sozinho.
Experiências qualitativamente diversificadas e aplicadas pelo professor, em função dos interesses dos alunos pelas mesmas.
Relação professor-aluno Determinada pelo ideal de aprender a aprender como maneira de maximizar, pelo reforço do comportamento, o desempenho dos alunos nas experiências de aprendizagem.
Avaliação Concebida de maneira processual, porque a concepção moderna de educação pressupõe que o “aluno progride em seu ritmo próprio, em pequenos passos, sem cometer erros”.
A avaliação serve de feedback para o professor.

Principais características:

 Concebe-se o conhecimento como adquirido por meio da experiência ou do contato do sujeito com o meio que o circunda;
 A mente da criança como tabula rasa ou folha de papel em branco, na qual objetos do meio físico e social vão imprimindo seus caracteres, traços ou sinais para formar imagens, idéias ou noções e conceitos;
 As sensações funcionam como tipografo, que vai registrando os caracteres dos objetos na mente;
 Caracteres impressos pelas sensações na mente do sujeito em forma de quebra-cabeça onde a razão precisa encontrar para caber no encaixe correto;
 A razão guiada por estímulos, quanto mais se recebe, mais rapidamente ela encontra a peca que se adapta a montagem do quebra-cabeça;
 Quanto mais experiências de aprendizagem e mais estímulos reforçarem a vivencia dessas experiências, mais eles aprendem a aprender;
 O aluno aprende a incorporar valores necessários ao desempenho de seu papel social, como individuo responsável por seus atos;
 Profissional responsável por seu trabalho e cidadão responsável por seus direitos e deveres.
 Treinar o domínio de habilidades e aquisição de valores por meio de estímulos apresentados pelo professor;
 Aprender e desenvolver habilidades e valores por meio de utilização de variados materiais de ensino.


3. Ideal de aprender a ser.
(Origem biológica construcionista ou interacionista)
Tags= ensinar e aprender como ações diferentes e complementares entre si, competência de professores e alunos como agentes do processo educativo.

Conteúdo de ensino Resulta das relações que o professor estabelece com os alunos, no meio físico, social e cultural em que eles estão inseridos. Relacionando-se com os alunos no meio em que vivem, o professor pode observar hábitos, costumes, lazer, necessidades e tudo que faz parte do mundo dos alunos “para dar vida” ou concreticidade aos conteúdos de ensino.
Metodologia de ensino Trocas ou interações que se estabelecem entre os sujeitos do processo educativo, com base nas experiências de vida dos alunos e do professor.
Relação professor-aluno Resultante das situações desafiadoras, colocadas pelo professor e pelos alunos.
Implica em praticas democráticas e inclusivas, estabelecidas com base na cooperação e solidariedade.
Avaliação Diagnostica, processual e formativa.
Identifica o nível de desenvolvimento cognitivo, avalia a aprendizagem ao final de cada unidade e verifica a vivencia dos valores da sociedade inclusiva no dia-a-dia da sala de aula.

Principais características:


 Desenvolve-se por meio do trabalho da razão, mas alicerçado nas trocas que o sujeito realiza com o meio físico, social e cultural, ou nas interações que o sujeito estabelece com o meio que o circunda;
 Processos biopsicofisiologicos de sensações e de percepções sensoriais e intelectivas e de abstrações reflexivas, através das ações do sujeito sobre o objeto;
 A mente da criança não mais como tabula rasa ou uma folha de papel em branco que vai sendo preenchida pela ação dos profissionais da educação em cada nível de ensino;
 A criança traz consigo conhecimentos, habilidades e valores produzidos em nível de senso comum, com base em suas experiências de vida em família, em grupos sociais da sua e de outras comunidades;
 O conhecimento da criança deve ser tomado pelo professor e transformado em conhecimento cientifico;
 A transformação ocorre pela interação do professor com o meio em que o aluno vive e pela relação de cooperação entre professor-aluno, aluno-aluno, aluno-professor;
 A variedade de experiências de vida deve ser trabalhada pelo professor, para fazer os alunos compreenderem que as diferenças culturais resultam do modo de produção de vida em sociedade;
 A diversidade da bagagem cultural interfere no ritmo de aprendizagem dos alunos;
 Necessidade de solidariedade e de cooperação entre professor-aluno, aluno-aluno e aluno-professor, para que o aluno supere as diferenças, exercitando-se em praticas sociais democráticas e inclusivas.

E como as imagens dizem mais que palavras...


O método inatista de ver o aluno

O método empirista de ver o aluno

O método construtivista de ver o aluno

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Matrix Nunca Envelhece






O que é a Matrix?
A resposta está aí. Ela está à sua procura. E te encontrará se você desejar!

Morpheus segue o caminho do filósofo:
Conhece a verdade e volta à caverna para instruir os demais!



"O que é Matrix? Controle.

A Matrix é um mundo de sonhos gerado por computador... feito para nos controlar..." [Trecho da revelação feita por Morpheus a Neo]

(Andy & Larry Wachowski, The Matrix, EUA, 1999).

Em 1999, o cinema americano produziu Matrix (The Matrix, EUA, 1999), um filme, originalmente subestimado, que arregimentou milhares de admiradores no mundo todo e logo se transformou em uma referência para outras produções cinematográficas.


O fenômeno Matrix pode ser parcialmente compreendido se levarmos em consideração a profusão de influências e temas que aparecem, direta ou indiretamente, no roteiro e nas imagens do filme. Aí vão alguns exemplos: distopia, esperança, filosofia, 1984 de George Orwell, artes marciais, cibercultura, agentes secretos e teorias conspirativas, romance, Alice no país das maravilhas de Lewis Carroll, messianismo (crença na vinda do Salvador: Jesus, Messias, Buda, Rei Arthur), mitologia grega e céltica, Admirável mundo novo de Aldous Huxley, efeitos especiais revolucionários, nova estética super-heroística (óculos escuros, roupas pretas de couro e sobretudos substituem, respectivamente, máscaras, uniformes colantes coloridos e capas), ficção científica, animes e assim por diante. Como não dá para falar de todas estas coisas em poucas linhas, vamos especificar: faremos uma rápida comparação entre o filme Matrix e a filosofia grega de Sócrates e Platão.

Para começar, responda rápido:

Se o contrário de real é irreal, então qual é o contrário de virtual?


Se está se perguntando qual é a relação desta questão com o filme e a filosofia, respondo: TUDO!

O filme praticamente começa com a pergunta "o que é Matrix?". Alguém aí se lembra do diálogo entre Trinity e Neo?

Então... ela lhe diz:

"- É a pergunta que nos impulsiona, Neo. Foi a pergunta que te trouxe aqui. Você conhece a pergunta assim como eu".

E ele: "- O que é a Matrix?". Em seguida, a jovem conclui: "- Sim, a resposta está aí. Ela está à sua procura. E te encontrará se você desejar".

Mas e a relação desta passagem com a filosofia? Bem, a filosofia ocidental (o pensamento crítico) surgiu na Grécia Antiga, por volta do século VI a. C., como uma alternativa ao mito (o pensamento ingênuo); ela começa através da pergunta "o que é a realidade"?. De modo geral, naquela época, os filósofos pré-socráticos deram duas explicações. A escola jônica, que se importava mais com a observação da natureza (physis) - daí o surgimento da física e da cosmologia - respondeu que o real é a physis; já a escola eleática, que se importava mais com a abstração - daí o surgimento da metafísica e da ontologia - respondeu que o real é o ser (ontos). Destas considerações, aqui expostas de modo breve e lacunar, originaram as investigações filosófico-científicas posteriores.

Chegou até aqui? Então, não boceje e continue.

Lembra da parte em que Morpheus (o deus dos sonhos e filho de Hipno, na mitologia grega) leva Neo até Oráculo e ela lhe mostra a frase "conhece-te a ti mesmo". Isso é grego também. É de um sujeito que mudou o panorama da história da filosofia e da humanidade: Sócrates (c. 470-399 a. C.), o fundador da ética ou filosofia moral. Por causa dele, as pessoas passaram a se interessar e estudar não apenas a realidade exterior (questões sobre a natureza, os astros etc.), mas também a interior (questões relativas ao ser humano, como política, educação, organização social, comportamento).

Três máximas socráticas ilustram o modo como ele conduziu a sua existência:

1) "Conhece-te a ti mesmo";
2) "Só sei que nada sei" e
3) "A vida sem reflexão não vale a pena ser vivida".

E daí? (geralmente os filósofos perguntam isso). Bem, daí que, na história de Sócrates, também tem um Oráculo, o Oráculo de Delfos, que disse para ele que o homem mais sábio de todos era... ele mesmo. Todo mundo achava isso, menos o próprio Sócrates. Mais ou menos como acontece com Neo no filme. Quase todo mundo o considera o Escolhido, exceto ele próprio.

Depois, de sua visita ao Oráculo, o ateniense Sócrates passou a abordar as pessoas e a discutir com elas os mais variados assuntos, no intuito de achar alguém que fosse realmente sábio, já que ele achava que nada sabia. Nestes diálogos, sempre colocava em prática as suas máximas: "Só sei que nada sei" e "Conhece-te a ti mesmo". Isto significa que o método socrático, elenchus, pode ser dividido em duas partes: a primeira (destrutiva), com a ironia; e a segunda (construtiva), com a maiêutica. Para Sócrates, a sabedoria consiste primeiro no reconhecimento da própria ignorância - este conhecimento é o passo inicial em busca da sabedoria e envolve o abandono das idéias preconcebidas. Afinal, "as aparências enganam" e não queremos ser enganados por elas, certo?... certo (menos, é claro, para os partidários do Cypher - o traidor no primeiro filme -, que podem retrucar em uníssono: "- Me engana que eu gosto!").

Os diálogos socráticos eram inconclusivos, mas, após os mesmos, acreditava-se estar numa situação melhor do que a de outrora, uma vez que, embora não se soubesse o que era um objeto em questão, sabia-se o que ele não era.

O método maiêutico consiste em extrair idéias por meio de perguntas; a imagem é a de que as idéias já existem na mente "grávida" da pessoa, mas precisam de um "parto" para se tornarem manifestas. Este "poder da mente" é, de certo modo, sugerido no filmes em diversas ocasiões: tanto para propiciar feitos extraordinários quanto para causar a morte do "corpo real" através do virtual.

No fim, Sócrates foi injustamente condenado à morte por ter corrompido - através de idéias inéditas e contestadoras - a juventude, desrespeitar os deuses e confrontar o Estado.

O principal discípulo de Sócrates foi Platão (c. 429-347 a. C.). A passagem mais conhecida de suas obras, a alegoria da caverna (ou mito da caverna), está no livro A república. Agora um pouco de paciência e uma dica para entender o filme a partir desta perspectiva filosófica: ao ler o trecho a seguir, substitua a "caverna" pela realidade virtual de Matrix e o "fugitivo" por Neo e seus companheiros.

Platão exemplifica suas idéias sobre filosofia, política e realidade a partir da dramática alegoria da caverna sobre um grupo de prisioneiros confinados, desde o seu nascimento, no interior de uma caverna. Estão acorrentados de uma tal maneira que só conseguem olhar para frente e tudo que vêem são sombras na parede. Tais sombras são projetadas pela escassa iluminação fornecida por uma fogueira que arde atrás deles. Entre a fogueira e os prisioneiros, há uma passagem ascendente para fora da caverna e através da qual diversas pessoas entram e saem, fazendo com que os prisioneiros vejam variadas formas de sombras e ouçam o eco das vozes dos transeuntes. Em seguida, Platão afirma que um dos prisioneiros, após árdua luta, consegue se libertar das correntes e fugir. Assim, pela primeira vez, o ex-prisioneiro, pode contemplar algo além daquilo ao qual estava habituado. Mais do que meras sombras, ele vê a fogueira, os outros prisioneiros, a passagem ascendente e tudo o mais no interior da caverna. Depois, quando sai e atinge o mundo exterior, além de descobrir a existência de muitas outras coisas, é ofuscado por uma luminosidade ainda maior do que a da fogueira: a do Sol. Atordoado, ele retorna à caverna em busca de refúgio e, também, para relatar o ocorrido aos seus antigos companheiros - estes, por sua vez, não crêem na voz dissonante do fugitivo e se recusam a serem libertados para compartilhar da mesma ‘experiência’. Em contrapartida, os prisioneiros também não conseguem convencer o fugitivo de seu suposto devaneio. Assim, terminam por silenciar, hostilizar e matar o pária fugitivo.

No filme, Morpheus alerta Neo, no "programa de treinamento" (após ele se distrair com "a Mulher de Vermelho" que, num piscar de olhos, dá lugar a um "agente" letal), que qualquer um em Matrix é um agente em potencial.

Agora o restante da interpretação.

Se considerarmos a linguagem metafísica e dualista de Platão (luz/sombra, ciência/opinião, essência/aparência), podemos afirmar que os prisioneiros são a humanidade ignorante - no sentido de não saber, não conhecer. Em Matrix, eles são representados pela humanidade prisioneira das máquinas tiranas.

As correntes que os retém são os hábitos retrógrados e nocivos (os vícios, opostos da virtude) que, se não impede, ao menos dificulta o acesso ao conhecimento. Em Matrix, as correntes também são nossos pseudoprazeres, a rotina e ilusão de realidade, resultado da "simulação neurointerativa".

Uma vez que as sombras são as únicas coisas que os prisioneiros vêem - não possuem outros referenciais - é natural que acreditem nelas como sendo a própria realidade - quando na verdade não são. Em Matrix, se você está sonhando e não percebe, como pode saber que tudo aquilo não é realidade? "- Acorde, Neo. (...) Siga o coelho branco".

O fugitivo representa o filósofo, aquele que tem acesso à luz - ao conhecimento. Em Matrix: é o que desconfia que está vivendo uma ilusão, como Neo.

O percurso até o conhecimento é ascendente e íngreme, assim como a passagem que une o interior ao exterior da caverna. Da mesma forma que a visão necessita de tempo para, de forma gradativa, assimilar as mudanças de tons claros e escuros a que são submetidos os objetos quando passamos das luzes às trevas e vice-versa; a compreensão e a aprendizagem demandam tempo, requerem um período para adaptação. Em Matrix recorde o difícil processo de readaptação pela qual Neo e todos os outros antes dele tiveram de se submeter.

A missão do filósofo (e de Neo ou de qualquer um que se livre do controle de Matrix, conforme esta interpretação) é conhecer a verdadeira realidade (sair da Matrix), regressar à caverna - lugar obscuro, pleno de crenças, aparências e superstições - (voltar à Matrix) e instruir os demais (em Matrix: libertar todos). Tarefa nada fácil, já que as idéias retrógradas são predominantes e costumam condenar, de modo prévio, todo ineditismo (em Matrix: não resista, esqueça, se submeta para não precisar ser eliminado).

Parafraseando Platão, podermos dizer que "a realidade não é o que alguns apregoam que ela é". A realidade é virtual, é Matrix.

Em virtude da extensão do legado platônico, muitas de suas idéias não foram aqui abordadas; todavia, faz-se necessária uma pequena e lacunar menção sobre duas noções importantes: a teoria das formas ou idéias e da doutrina da reminiscência.

Para Platão, no diálogo Mênon, o início do processo de conhecimento é justificado pela doutrina da reminiscência ou anamnese, uma precursora solução inatista que sustenta a idéia segundo a qual existe um conhecimento prévio, resultante da contemplação das formas perfeitas e imutáveis pela alma imortal antes da reencarnação. Portanto, a partir deste exemplo, podemos notar que é através da teoria das formas ou idéias e da doutrina da reminiscência, que Platão defende que o conhecimento é a rememoração. Já no filme, na barganha que Cypher faz com o agente Smith, ele exige entre outras coisas, esquecer tudo, não se lembrar de nada.

Para finalizar, um pouco de heresia filosófica: o "momento aristotélico" do filme fica por conta das máquinas. Calma, eu explico.

Antes de seguir suas próprias idéias Aristóteles foi o mais importante discípulo de Platão. Sistematizador da lógica, ele valorizava extremamente o conhecimento empírico e as ciências naturais. Classificava tudo metodicamente, principalmente quando se tratava de suas investigações no campo da biologia. Se alguém aí falou "Agente Smith" e "Inteligência Artificial", acertou.

Vamos recordar. No universo do filme Matrix, por volta de 2199, a Terra fica devastada como resultado de uma guerra ocorrida entre humanos e máquinas. A humanidade não consegue vencer a Inteligência Artificial, "uma consciência singular que gerou uma raça inteira de máquinas" (segundo relato de Morpheus), bloqueando a energia solar da qual dependiam as máquinas. Ironicamente, os seres humanos derrotados tornam-se baterias de "bioeletricidade" e acabam substituindo a função do Sol, pois, através de uma "espécie de fusão", são usados para fornecer a energia de que elas precisam.

Na cena em que Morpheus encontra-se prisioneiro do Agente Smith, este revela que, ao tentar classificar a raça humana, fez uma descoberta surpreendente: ele sustenta que nós, seres humanos, não somos mamíferos, porque não entramos em equilíbrio com o meio ambiente. Ao contrário dos mamíferos, nós nos mudamos para uma área e nos multiplicamos até consumirmos todos os recursos naturais para depois, mudar novamente para outra. Segundo o Agente Smith, o "outro organismo neste planeta que segue o mesmo padrão" é um "vírus".



Heraldo Aparecido Silva, professor de filosofia e vice-presidente do Centro de Estudos em Filosofia Americana (www.cefa.org.br)


Questões



1- Parafraseando Platão, podemos dizer que "a realidade não é o que alguns apregoam que ela é". A realidade é virtual, é Matrix?



O caminho é novo e desconhecido e olhamos para ele com medo pois jamais o percorremos antes. De um lado a sociedade nos aconselha com suas regras tradicionais mas, por outro lado, a intuição sussurra que nosso caminho é outro.



Vivemos hoje em uma Matrix? Qual a relação entre o filme, o texto lido e a realidade que você vive? Sua resposta pode ser um argumento que comprove seu entendimento desta relação.



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2- No filme também é discutido a relação do ser humano com o meio ambiente, na cena em que Morpheus encontra-se prisioneiro do Agente Smith, este revela que, ao tentar classificar a raça humana, fez uma descoberta surpreendente: ele sustenta que nós, seres humanos, não somos mamíferos, porque não entramos em equilíbrio com o meio ambiente. Ao contrário dos mamíferos, nós nos mudamos para uma área e nos multiplicamos até consumirmos todos os recursos naturais para depois, mudar novamente para outra. Segundo o Agente Smith, o "outro organismo neste planeta que segue o mesmo padrão" é um "vírus".

Identificando as necessidades do ser humano, constatando o desprezo por alguns com o meio ambiente qual argumentação você daria, no lugar do personagem Morpheus para contradizer ou apoiar a afirmação do agente Smith?



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3- No futuro a humanidade será prisioneira de sua própria criação, a Inteligência Artificial, que criou a Matrix, uma realidade virtual onde foram inseridos todos os seres humanos para que eles não oponham resistência ao poder das máquinas.

O mito da jornada do herói ensina que o destino de cada um de nós é realizar o que verdadeiramente somos mas ainda não aceitamos. Conhece-te a ti mesmo. A tecnologia não tem sentimento. Nós temos. Uma máquina não é capaz de amar. Nós somos.

Os sentimentos, instintos e senso crítico, são algumas das características que nos diferenciam das máquinas. O que o filme retrata em relação ao "escolhido" analise as reações do personagem Neo, quando decide invadir o prédio e resgatar Morpheu, ou seja, podemos depositar à estas características que nos diferenciam das máquinas ou apenas a coragem irresponsável de um irresponsável?





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4- O herói é alguém que larga a segurança de sua terra ou família e parte em busca de algo difícil e precioso, enfrentando incertezas, sofrimentos, perigos e arriscando a própria vida para, no fim, retornar transformado e vitorioso, mais forte, experiente e seguro, para guiar ou salvar seu povo, casar-se com a princesa ou substituir um velho rei injusto ou doente.

Como o inconsciente coletivo funciona feito um canal de comunicação ligando todos a todos, toda vez que alguém avança em sua evolução pessoal, seu exemplo de algum modo influencia outras pessoas e assim a espécie como um todo também evolui.



Analisando o que buscava o personagem Neo ao optar pela pílula vermelha, comente a mensagem passada pelo filme relacionando com as opções que fazemos diariamente, somos impulsionados a buscar as mudanças por estar-mos insatisfeitos com a realidade, ou a realidade nos cobra a busca pelas mudanças?



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5- Nos últimos minutos do filme, Morfeu volta à nave, seguido por Trinity. Neo, porém, é impedido de voltar pelo agente Smith, que surge no metrô. Ele pensa em correr mas volta-se e decide enfrentar Smith, contrariando as regras mais básicas dos resistentes, que dizem que jamais se deve lutar contra um agente pois até então todos os que tentaram, morreram.

Neo sabe que não pode mais adiar a resolução da questão que o aflige desde que despertou da Matrix. Ser ou não o Predestinado tornou-se uma pressão constante em sua mente e ele tem de esclarecer isso de uma vez por todas se quiser ter alguma paz. Smith é invencível, Neo sabe, mas é exatamente por isso que deve enfrentá-lo pois somente indo ao limite extremo das possibilidades é que saberá o que pode e não pode fazer.

Baseados em relatos do filme, e conhecimentos de fatos da nossa atualidade, (o ser humano não respeita o meio ambiente em que vive, guerras por liderança, terrorismo, corrupção, etc) Analise e relate, o que exatamente enfrentaremos? Quem está contra nós? As máquinas ou o ser humano? Devemos enfrentar ou fugir?



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6- Embora a Matrix tenha sido programada para lutar ferrenhamente contra todos os que a desafiam, a Inteligência Artificial sabia que mais cedo ou mais tarde o Predestinado sempre surgiria. Assim, restou lidar com ele da melhor forma possível: se não pode com seu inimigo, una-se a ele.

As máquinas talvez jamais consigam decifrar, calcular e prever o amor, essa força tão imensa, poderosa, insana e contraditória, essa equação tão desequilibrada e imprevisível.



Qual a relação passada no filme entre a rigidez da Matrix e o amor de Trinity por Neo, de Morpheu pela raça humana, entre outros? Podemos atribuir o responsável como sendo "a falta de amor" que levou Cypher a trair seus amigos?

sábado, 24 de julho de 2010

Ajudando-os com o trabalho...

Ola galerinha...

Em minhas andancas pela internet, achei este link bem interessante...(Basta clicar no titulo)
Dos 9 presidenciaveis (daquela lista excluamos Oscar Silva e Ivan Martins) )concorrentes, esta reportagem aponta 6 como sendo escritores e/ou participantes, seja emprestando sua biografia ou sendo co-autor, de livros.
Consciente de nossa realidade aqui em terras longinquas nao vou incentiva-los a irem em nenhum sebo...afinal...sem comentarios.(Sonho antigo meu, quem sabe eu consiga unir minhas duas grandes paixoes: cafe e livros). No entanto, existe uma ferramenta maravilhosa chamada Google e outra tambem denominada Scribd, site onde voce pode encontrar uma infinidade de leituras, desde teses e ate pequenas porcoes de livros ou os mesmos na integra. Entao, sem mais desculpas, de uma passadinha, ache mais alguns temperos para deixar sua pesquisa mais interessante!
Entre eles voce ira encontrar Jose Serra, Marina Silva, Ze Maria, Ivan Pinheiro, Rui Costa Pimenta e Plinio Sampaio, cuja gama de escritos surpreendeu-me, tamanho acervo.

Nao se esquecam, programamos a entrega para antes do feriado,certo?

Qualquer coisa estou a disposicao!

See uuu...

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Arte na Escola, o que voce pensa sobre?

Há fortes justificativas teóricas para a posição de que as artes constituem ótimas parceiras em potencial para a aprendizagem acadêmica, especialmente ao considerarmos o papel global da representação nas maneiras pela qual aprendemos e expressamos nossa compreensão.
Consideremos o seguinte breve relato de algo que acontece numa aula de história: uma forma artística de representação é proposta por uma pioneira curricular por sua importância para o estudo da história da Europa moderna. Exemplos dessa forma são mobilizados para apresentar idéias e informações aos alunos. Estes aproximam-se para ver melhor e discutir o que vêem num dos exemplos, o qual lhes parecer ser um rico retrato de Paris em 1898. Observam na cidade repleta de vida as evidências da modernização — o transporte coletivo, a luz elétrica para iluminação pública, as roupas, as ocupações e os passatempos dos parisienses. Os alunos refletem mais profundamente sobre essa representação, revendo-a uma vez e talvez várias vezes na busca de novas descobertas. De fato, desvendam novas questões e possibilidades escondidas lá dentro e as discutem entre si e com a professora. Há ambigüidade naquilo que confrontam. Há mensagens, algumas mais claras do que outras. Os aprendizes sentem-se arrebatados pela idéia de que naquilo que vêem há sinais da Revolução Industrial que discutiram um mês atrás. Percebem ligações com o desenvolvimento da ciência. Explorando o lúdico, resolvem compor uma ficção: uma conversa imaginária entre um comerciante e um dama bem vestida ou entre dois operários a caminho do trabalho na traseira do ônibus puxado por cavalos; ou podem redigir o discurso de um político preocupado com a segurança dos pedestres na Champs-Elysées.

A arte constantemente abre portas para um caminho onde o impossível não existe. Trabalhar a arte dá possibilidades de improvisar, transformar, ir além da superficialidade, entrelaçar os conhecimentos, em suma, entrar no terreno criativo da condição humana.

Esta manifestação dinâmica confere às artes uma importância que vai além de disciplina no currículo escolar, pois é produto íntimo da formação humana. O sujeito percebe a sensibilidade da humanidade quando tem a arte como algo significativo em sua educação.

Parte integrante da civilização, a arte é presente quando ainda não se fazia uso da linguagem textual. Nas cavernas, nas edificações, nos templos, nas pinturas, nas esculturas, haverá sempre de representar uma linguagem universal, catalogando períodos, culturas e manifestações.

Considerada muitas vezes como privilégio das elites, a arte não possui o reconhecimento devido dentro do âmbito escolar e na sociedade. Vale ressaltar que existem escolas que adotam planejamentos que valorizam a questão da arte, da estética e da criatividade na formação dos seus alunos, adotando a arte como aliada à educação. Este número, porém, vem decrescendo com a exclusão das artes na grade disciplinar.


A arte humaniza, e se ela humaniza, precisamos mais do que nunca, da sua utilização no meio educacional e mais ainda na sociedade de modo geral. Pois se temos consciência de que a educação é a base estrutural, juntamente com a família, de uma sociedade plena, também temos consciência de que precisamos, cada dia mais, de pessoas comprometidas com o tema da humanização dos indivíduos. Humanizar no sentido completo e pleno da palavra. Mais do que oferecer aos indivíduos condições de vivência, de sobrevivência, dar a eles a oportunidade de serem quem realmente são, com toda a sua individualidade e peculiaridades.


A arte é disciplina para ser trabalhada separadamente, promovendo um conhecimento verdadeiro do que é "ser humano". Seja através da poesia, da música, da pintura, da fotografia, enfim, seja de que forma for, é imprescindível que se reavalie o ensino da arte na educação para que possamos contar com pessoas mais gentis num futuro não tão longínquo.



Fontes:
http://www.mariodeandrade.com.br/revistaeletronica/omegafone/Nan/ARTES_%20NA_%20EDUCACAO.htm
http://www.artenaescola.org.br/pesquise_artigos_texto.php?id_m=37
http://www.rieoei.org/opinion42.htm

terça-feira, 29 de junho de 2010

E falando em Autocracia...

Bem, continuando nosso debate sócio-filosófico...

Já que estamos falando em autocracia, jamais poderia deixar de mencionar os tempos vividos na decada de 60 em nosso Brasil.
A história da estilista brasileira Zuzu Angel, é apenas (digo não menosprezando, pelo contrário)uma das muitas que sabemos deste período obscuro de nossa história. Vimos no filme, que a mãe, a princípio distante da luta que o filho Stuart engajara-se, viu-se, após sua morte, numa luta desenfreada e assustadora que culminou com sua própria morte no ano de 1976, seis anos após a morte do filho.

Como procurei salientar, o objetivo é uma reflexão única:

Após tantos anos de lutas e mortes por um país democrático e a participação ativa do povo no poder, o que houve com os ideais pelos quais nossos antepassados lutavam?
Conquistou-se a tão almejada democracia, mas...e então, o que estamos fazendo com ela?


Constantemente o povo brasileiro é chamado de Povo sem Memória, e sabem por qual motivo? Simplesmente porque desconhecem a história, passam despercebidos por ela e jogam fora tudo o que muitas pessoas, por um ideal num todo, deram a vida para conquistar. O ser alienado não só compromete nossa sociedade, mas a família, o ser individual e implica em grandes problemas para todos.
Eximir-se da política é virar as costas para o curso da história, é apagar o passado e deixar de cumprir o seu papel de cidadão e agente modificador do mundo em que vivemos.

Em Outubro de 2010, teremos eleições, e quem são os presidenciáveis? De que partido vieram? Quais são seus ideiais políticos? Que mudanças poderão acontecer se qualquer um desses subir ao poder?
E o que eu tenho a ver com isso professora? Eu te digo com todas as letras:

Tudo! E mais um pouco...

Pensando em sua interação ao assunto, sugiro um trabalhinho que envolva as pessoas à sua volta e atinja assim uma reflexão, digamos, um pouquinho mais abrangente.

Escolha um dos 11 presidenciáveis:
(Clique no título para mais informações)

1) Dilma Roussef (PT)
2) José Serra (PSDB)
3) Marina Silva (PV)
4) Plinio Arruda Sampaio (PSOL)
5) José Maria Eymael (PSDC)
6) Zé Maria (PSTU)
7) Levy Fidelix (PRTB)
8) Rui Costa Pimenta (PCO)
9) Oscar Silva (PHS)
10) Américo de Souza (PSL)
11) Ivan Martins Pinheiro (PCB)

Forme um grupo de séries diferentes, de no máximo 5 pessoas.
E faça uma completa varredura na vida política de seu candidato, atendendo para os seguintes quesitos:

- a ligação com o atual partido,
- o motivo de sua saída de partidos anteriores (se houver),
- os degraus de sua carreira política,(quais cargos já exerceu dentro da política)
- sua formação acadêmica, bem como suas possíveis influências,
- sua possível participação na luta pela democracia no Brasil,
- e claro, seus ideiais políticos, suas promessas, o slogan de sua campanha.
- e outros itens importantes que julgar necessário expor.

Com sua pesquisa em mãos, vá para as ruas e seja cabo eleitoral: mostre as pessoas por qual razão, ele, seu candidato, merece o voto das pessoas, explique, divulgue suas causas, suas lutas e converse com pelo menos, 20 pessoas. E veja, ou melhor ouça, o que elas dirão de seu candidato. Se tiverem fatos positivos, ostentem ainda mais e se houver negativos? Como tentarão convencê-los a mudar de opinião? Anotem tudo, façam um relatório para divulgar na apresentação.

Não se esqueçam, vistam a camisa e façam um excelente trabalho!

Grande abraço!

See u...

sexta-feira, 11 de junho de 2010

A Onda

"A Onda" é uma metáfora que se aplica, mais ou menos, a qualquer movimento de massa respondente aos apelos de um líder carismático ou de uma causa mítica irracional!



"Nunca faria isso de novo, coloquei os alunos em perigo"

Até que ponto apenas um homem ou um pequeno grupo se mantém no poder se não tiver o aval alienado da população?



Seria possível um regime como o nazista emergir hoje, no Brasil ou em qualquer outro país democrático?


Para provar que sim, um jovem professor americano usou como cobaia um grupo de adolescentes, em um experimento que quase acabou em tragédia, nos anos 60 -e é repetido no filme "A Onda", que transporta o projeto para a Alemanha atual.
O original aconteceu em Palo Alto, Califórnia, 1967. Em uma aula de história, um estudante questionou a responsabilidade do povo alemão pelas ações do Terceiro Reich. O professor fez uma pequena simulação para que os estudantes entendessem o que é ter que seguir as instruções de um líder.
No início, ensinou postura, respiração correta, respeito. No dia seguinte, somou-se à disciplina a noção de grupo.
O mestre deu à classe um nome -A Terceira Onda. Mais tarde, um slogan, uma saudação, um cartão de "sócio" e até uma "polícia" de estudantes para vigiar as ações uns dos outros. Chegou a fazê-los acreditar que A Onda extrapolava a sala de aula, era um movimento que iria dominar o país.
"Para mim, como professor, era muito gratificante ver a maior parte dos alunos se envolvendo, tomando as rédeas. Eles saíam para entregar panfletos, agregar nomes. E aí isso explodiu", conta Ron Jones, 68, à Folha, por telefone.
Em cinco dias, o número de membros na classe dobrou -de 25 para 50. Fora de lá, o movimento chegou a reunir mais de 300 adolescentes, segundo Jones, e a silenciar vozes dissidentes, à força.
"Uma criança perdeu a mão construindo explosivos. Era uma criança perdida, perigosa." Foi aí que o professor percebeu que havia ido longe demais. Para decepção geral, fez um discurso no qual revelou a farsa e apelou por bom senso.

O filme
Quarenta anos depois, Ron Jones cedeu os direitos de sua história, que já havia virado livro e média-metragem para TV (1981), a Dennis Gansel, 35. Muitos quiseram fazer a adaptação para cinema antes, diz Jones. A diferença é que Gansel prometeu transportar a história para a Alemanha atual.
Foi o que fez. Diante de alunos que não aguentam mais ouvir falar de Hitler, o professor de "A Onda", interpretado pelo carismático Jürgen Vogel, retoma o projeto com fidelidade.
Pequenas alterações atualizaram o conto. Além dos panfletos, o grupo agora tem uma página no MySpace. O professor, que vivia em "uma casa na árvore e fumava maconha", mora em um barco e é fã dos Ramones. O desfecho da história, ainda mais violento que o original, também foi uma tentativa de acompanhar os novos tempos, diz o diretor, neto de um soldado de Hitler e filho de militantes de esquerda.
Para Ron Jones, "o filme é muito fiel, capturou a dinâmica da sala, a relação dele com a mulher, que passa por uma crise [o casamento dura até hoje, diga-se], e a maneira como os estudantes interagiam". "[A Terceira Onda] Era algo que se expandia muito rapidamente. Era como estar em meio a uma explosão de energia."
Dois anos depois da "explosão", o americano foi demitido e proibido de lecionar em escolas públicas. Hoje, ensina poesia a deficientes mentais, escreve e ministra palestras.
"Nunca faria isso de novo. Coloquei os alunos em perigo. Esse tipo de experimento é útil para mostrar quão facilmente nos tornamos vítimas desse tipo de coisa."

Cristina Fibe, Folha

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Temperamentos...



Por Sandra Regina da Luz Inácio

. INTRODUÇÃO
A grande importância de conhecer nossos temperamentos, define a forma básica de reação de cada pessoa frente à vida, aos seus obstáculos e bem como às suas graças. É a forma de apreensão do mundo e das experiências. Por exemplo, uma pessoa de temperamento melancólico (associado ao elemento terra) tende a ser lenta em suas ações e reações, pois necessita estar muito segura antes de qualquer movimento. Muito conscientes de todas as formas de limites, costumam ser pessoas mais circunspectas, sérias e exigentes. Tendem a fazer tudo dentro das regras e toleram mal os erros e falhas. Isso as torna bons empregados e estressados se têm que exercer liderança. São amigos sólidos, mas o seu jeito pesado de ver o mundo impede que sejam os mais divertidos. Entendem a vida pela realização e concretização das tarefas, então lhes parece essencial serem úteis e reconhecidos pelo seu trabalho e esforço. Sentem-se feridas e sofrem quando não são reconhecidas assim.

Conhecer seu próprio temperamento é tomar posse de usar melhor suas forças e aprender a superar suas dificuldades. Conhecer o temperamento das pessoas que te cercam é, com certeza, aprender a conviver muito bem com elas e, principalmente, aprender a somar habilidades para a superação das diferenças. Isso faz os convívios familiares, profissionais ou sociais melhores. Isso faz o mundo melhor.

2. O QUE É TEMPERAMENTO, PERSONALIDADE E CARÁTER?
De acordo com LaHaye (1999:21):
“Temperamento é a combinação das características inatas que afetam, no nível do subconsciente, o comportamento de um ser humano Essas características são arranjadas geneticamente à base da nacionalidade, da raça, do sexo e de outros fatores hereditários. Essas características são passadas de pai para filho, através dos genes.”
Ao contrário do que a maioria das pessoas acreditam temperamento é muito diferente de personalidade. Personalidade vem de “persona” (máscara). Quando estamos exercendo um papel, seja de empresário, filho, pai, mãe, irmão, etc. em cada uma destas situações vestimos uma “personalidade” diferente. Agimos de forma diferente dependendo das pessoas, ambientes e interesses que vivenciamos naquele momento.

Temperamento é determinado antes mesmo de nascermos. Quando uma mulher está grávida, se observarmos as atitudes do bebê dentro da barriga, já podemos identificar qual temperamento esta criança irá ter. Um exemplo claro disso é que quando uma criança tem o temperamento colérico, na gravidez a mãe deita-se em uma posição ao qual ela não gosta, imediatamente chuta a mãe e esta tem que mudar de posição. Quando a mãe ingere algo que ela não gosta, imediatamente a mãe coloca tudo para fora. Sabemos que será colérico, aquele que lidera, manipula e que fará tudo para que as pessoas façam o que ele quer.
Caráter, é o nosso temperamento associado ao ambiente que estamos inseridos: nossa cultura, nossos valores, crenças e o modo ao qual fomos educados pelos pais e o meio ambiente, enfim, nossa história de vida.

3. O TEMPERAMENTO SANGÜÍNEO: CARACTERÍSTICAS PESSOAIS E PROFISSIONAIS
É o mais popular dos temperamentos, até porque este é o mais capaz de lidar com todos, adaptando-se como o ar se adapta a tudo. O sangüíneo pode ir para qualquer lado, conforme peçam as circunstâncias. Entretanto, o que ele gosta mesmo é de ambientes onde haja boa convivência e boa circulação de informações.
Uma pessoa de temperamento sangüíneo tende a ser rápida em suas ações e reações, pois é naturalmente curiosa e quer terminar logo para seguir adiante e mudar de assunto. Interessa-se por tudo, o que as faz dispersivas. Desconhecem limites físicos, o que as expõe ao risco do desgaste e cansaço. Ignoram os limites do tempo, o que as faz marcar dois ou três compromissos no mesmo horário. Têm o seu mundo mental muito bem desenvolvido, sendo criativas e cheias de idéias. Seu grande desafio é ter a constância de comportamento para realizá-las. São pessoas muito interessantes e divertidas, tendo especial prazer em se sentirem aceitas socialmente (recebendo muitos convites para festas, eventos, etc), e mentalmente capazes, inteligentes e bem dotadas. Sentem-se feridas e sofrem se não são convidadas por um grupo ou se não conseguem mostrar suas idéias, se não podem criar.

Tipo extrovertido, falante, ativo e não aprecia monotonias, mas adapta-se com facilidade. Passa de um assunto a outro com facilidade. Gosta de trabalhos que envolvam movimentação e autonomia. Necessita de contato interpessoal e de um ambiente harmonioso, entretanto, não gosta de passar despercebido. É amigo de todos e atua melhor em equipe. É vaidoso e admira sua projeção pessoal e social. É imaginativo e tem sentimento artístico. Rapidez e agilidade em suas atitudes.
Por isso as profissões sangüíneas são aquelas que exigem muita interação entre pessoas de uma equipe ou o relacionamento com o público. Podemos pensar no jornalismo, em boa parte das atividades editoriais, em relações públicas, na promoção de eventos, em tudo aquilo que exigir uma adaptação imediata a problemas particulares para que eles sejam resolvidos – isso, é claro, sem machucar ninguém e mantendo o nível geral de felicidade do ambiente.
Áreas de Atuação Profissional: que tenham contato com público: vendas, jornalismo, dramaturgia (ator/atriz); publicidade; direito; cargos de coordenação/direção ou educação, políticos, etc.
Os doutores sangüíneos são equipados com uma aptidão especial para deixarem seus pacientes sempre de espírito bom, em conseqüência de seu tratamento cativante, e seu sorriso radiante quando entra no quarto, sempre tem o efeito para levantar o espírito de combate.
Para motivar um sangüíneo coloque-o em atividades que lhe forneça muito contato com o público.

Algumas qualidades e defeitos do temperamento Sangüíneo (os mais significativos)
É alegre e esperançoso Volúvel.
Atribui grande importância àquilo que está fazendo no momento, mas logo pode esquecê-lo. Indisciplinado; inquieto.
Atribui grande importância àquilo que está fazendo no momento, mas logo pode esquecê-lo. Impulsivo; explosivo.
É extrovertido e seus defeitos são visíveis a todos Inseguro; Gastam demasiadamente, ficando muitas vezes deprimidos com isso.
É caloroso, amável e simpático. Egocêntrico; Egoísta
Atrai as pessoas como se fosse um irmão Medroso
Adapta-se ao meio ambiente e ajusta-se aos sentimentos alheios. Pouca força de vontade; geralmente não são bons estudantes
Comunicativo, entusiasta, bom companheiro e compreensivo. Comem tudo o que vêem, sem tirar os olhos do prato.
Não se importam com os preços, mas selecionam tudo a fim de obter satisfação visual.

4. O TEMPERAMENTO COLÉRICO: CARACTERÍSTICAS PESSOAIS E PROFISSIONAIS
Cólera é a palavra grega para bílis, e colérica é a pessoa ativa, cheia de energia, empreendedora. Quando a grafia é negativa, o colérico é passível de acessos de raiva e irritação, aí teremos o Biliosão. Falando em colérico, logo pensamos em cólera, que significa raiva. Realmente o humor (gênio, temperamento, índole, caráter, disposição de espírito) deste temperamento é o mais “esquentado”, mas isto não quer dizer que a pessoa seja má ou raivosa, mas que ela tem muita energia para gastar.
É um ser irradiante como o sangüíneo, mas no plano intelectual com ponderação e medida. Sua energia manifesta-se por resoluções inquebrantáveis (decidiu, está decidido e pronto!). Rápido nas decisões (principalmente pela sua impulsividade), perseverante, se tomar uma decisão mental, não discute mais, está resolvido. É um metódico que planeja não só sua intervenção como a forma e o momento. De sua vontade tenaz resultam dois sentimentos: a dignidade e o desprezo pelos que fracassam. É exigente com os demais porque o é consigo mesmo. É de caráter sério, sóbrio, concentrado, reflexivo e raciocinador. O tipo mais puro é lacônico, simplifica seus gestos, palavras exercendo um domínio constante sobre seus nervos e emoções. Sua vitalidade é forte. A sociabilidade é um meio para alcançar um fim.

Se praticar esportes, acaba querendo competir, nem que seja consigo mesmo: “hoje eu fiz isso em tanto tempo, amanhã vou fazer mais rápido”. Em tempos antigos, o colérico seria um guerreiro, um cavaleiro, mas hoje em dia tudo o que não for relativamente inócuo ou controlado pelo governo é socialmente inaceitável. A questão principal, de qualquer modo, é que o colérico precisa de atividades que envolvam o dispêndio de energia.
Sua facilidade de contato lhe proporciona amigos em todas as partes. Sua afabilidade e agradável trato o fazem uma pessoa simpática e atrativa. Necessidade de ser aclamado e sentir-se importante em todos os lugares que transita. Tendência a ver as pessoas, os fatos e as coisas segundo lhe inspirem simpatia ou repulsão.
Devido à sua vaidade sente-se estimulada sempre que possa rivalizar com os demais em seu trabalho, nos esportes e nas questões sociais de qualquer esfera. Sua finalidade é alcançar o topo, brilhar dentro do grupo social ou profissional, mais que qualquer outro.
Busca cargos, honrarias e projeção social. Gosta de mostrar ostentação.
Sua memória é mais visual do que auditiva. Retém pouco as conversações; os discursos o comovem, mas não ficam fortemente gravados em sua memória, todavia recorda com grande facilidade imagens e impressões visuais.

Possui inteligência objetiva, prefere o concreto ao abstrato. Sabe decidir e tem boa capacidade de comando. É um lutador que não desiste da luta nem perante os fracassos. Atua sem necessidade dos demais. Sua atividade é intensa, organizada, dirigida pela razão. Distribui suas tarefas e as realiza com regularidade, mas conforme sua vontade. Disciplinado e organizado em suas tarefas, metódico, rege sua conduta por rígidos princípios morais. No trabalho apresenta ordem, perseverança, concentração e eficácia. Não perde tempo com minúcias. Tem capacidade de mando. É voltado ao futuro, perseverante, enfrenta os problemas.
Disciplinado, organizado, metódico e sistemático nas suas tarefas, rege sua conduta por sérios princípios morais de respeito aos demais e seus bens.
Possui memória mediana e uma inteligência brilhante, objetiva e positivista, que prefere o concreto ao abstrato. Senso prático. Detesta a análise dos pormenores superficiais, vai à essência, buscando a síntese e a razão das coisas. Atua sem a necessidade dos demais. Capacidade para mandar e dirigir.
Para se motivar um colérico, convém mostrar-lhe a hierarquia do cargo, a finalidade e o alto valor da tarefa que ele irá realizar realçando a sua posição em relação às pessoas com as quais irá trabalhar. O colérico gosta de fatos concretos, precisos, exatos e atua com seriedade. Venha sempre com uma alternativa.

Algumas qualidades e defeitos do temperamento Colérico (os mais significativos)
Algumas qualidades do Colérico:
Seu cérebro está sempre fervilhando de idéias Possui “cabeça quente”
É realizador; é energético, independente, prático, eficiente e líder. Prefere dar ordens, mas aborrece-o ter de cumpri-las.
Temperamento ardente Adora ser louvado publicamente.
Auto disciplinado; Ativo; Geralmente otimista. Dá valor às aparências, às pompas e formalidades.
Não se amedronta nas adversidades. Torna-as em desafios. É avarento e cerimonioso.
Prático; se interessa pelo aspecto prático da vida Impaciente, prepotente, intolerante, vaidoso.
Gosta de desafio do desconhecido Aborrece-se facilmente
Independente; Decidido.

5. O TEMPERAMENTO FLEUMÁTICO: CARACTERÍSTICAS PESSOAIS E PROFISSIONAIS
É comum que se use o termo “fleuma” como sinônimo de “calma”. E de fato os fleumáticos não têm problemas para manter a compostura na maior parte das situações - basta pensar nos ingleses, povo fleumático por excelência. Toda esta impassibilidade, porém, é contrabalançada por uma intensa vida interior - não é à toa que os ingleses mesmo, com todo seu jeito aparentemente frio, têm a tradição literária mais viva e rica de todas. O fleumático guarda os sentimentos e os acumula, até que ou não os agüenta mais, irrompendo subitamente, ou encontra alguma maneira mais civilizada de dar vazão a eles, como as artes representativas.

Um sujeito que parecia ser a encarnação mesma do tipo fleumático era Tom Jobim. Ele mesmo parece feito de água, e suas melodias são suaves e envolventes, “amolecendo” quem as ouve. Sem falar, é claro, que a água é um tema constante de sua obra, em alusões diretas e indiretas.

Se fôssemos comparar o sangüíneo e o fleumático, diríamos que o primeiro é úmido e voltado para os outros, e o fleumático é úmido e voltado para si. Isto não quer dizer que um seja “egoísta” e o outro não, mas que o comportamento de um é mais pautado pelo ambiente do que o do outro.
Pessoas desse temperamento são mais calmas, tranqüilas, prudentes e autocontroladas. Gostam de rotina e atuam em conformidade com normas e regras estabelecidas, por isso sentem-se bem quando estão acompanhadas de pessoas mais ativas e dinâmicas. Decidem sem pressão e, freqüentemente com bom senso. São flexíveis, seu caráter e ritmo são constantes e disciplinados. São pacientes, observadores, passivos e tem boa memória, mas podem carecer de aptidões criativas. Em situações emergenciais, age com tranqüilidade.
Pessoas desse temperamento são mais calmas, tranqüilas, prudentes e auto-controladas. Gostam de rotina e atuam em conformidade com normas e regras estabelecidas, por isso sentem-se bem quando estão acompanhadas de pessoas mais ativas e dinâmicas. Decidem sem pressão e, freqüentemente com bom senso. São flexíveis, seu caráter e ritmo são constantes e disciplinados. São pacientes, observadores, passivos e tem boa memória.

É calmo, pouco esforçado, lento, paciente, tem gestos medidos, andar vagaroso. Seu julgamento é lento, mas com muito bom senso, quando de trata de grafia positiva. Representa uma força passiva que não deve ser desprezada. Tem uma calma, sangue frio e uma tenacidade, as vezes surpreendente frente à brutalidade dos violentos, ao entusiasmo exagerado dos sangüíneos ou a exaltação dos nervosos. Não se apavoram numa catástrofe. Difícil de ser influenciado. Faltam-lhe entusiasmo e criatividade, é lento nas suas tarefas, mas ao mesmo tempo preciso, pontual, capaz de um rendimento aceitável. É um autômato bem regulado que faz e desfaz sem se cansar, sempre com a mesma regularidade. Faz uma coisa de cada vez, é detalhista. Tem boa memória e uma inteligência lenta e penetrante. É observador, mas tem pouca imaginação. Muito fiel às normas.

Tem sensibilidade acentuada. Imune às paixões. Em grafia negativa, há o predomínio da preguiça, do relaxamento e da irresponsabilidade, por isso, embora seja ele um elemento estabilizador, precisa ser acompanhado de elementos mais ativos. Não tem energia para convencer, tem medo. Teme o perigo, os golpes, as violências, sempre que possível os evita. Não andam muito. Usa tudo que tem para não fazer nada: controle remoto, porta automática, etc. Curte as refeições, um bom cardápio com um bom papo. Tem interesse por muitas coisas.

Áreas de Atuação Profissional: enfermagem, medicina, odontologia, salvamentos (bombeiro), educação (principalmente primária), arquitetura, engenharia, laboratórios.
É lento em suas tarefas, mas as faz com precisão e pontualidade. Gosta de associações. Muito observador, rotineiro; é perseverante e só usa a força necessária para realizar as suas tarefas, jamais extrapola os limites. Teme o desconhecido, mas sabe defender-se com tenacidade.
Profissões recomendadas: enfermagem, medicina, odontologia, salvamentos (bombeiro), (educação, principalmente primária), arquitetura, engenharia, laboratórios.
Bom arquivista, guarda, instrumentista, mecânico, dentista, médico, ascensorista e ideal para atividades rotineiras.
Para motivar o fleumático, devemos expor com provas tangíveis as vantagens e os benefícios práticos, a comodidade, a segurança social, a economia do esforço, a tranqüilidade etc., que o emprego pode lhe oferecer; em resumo: contar todas as vantagens materiais.

Algumas qualidades e defeitos do temperamento Fleumático (os mais significativos)
Calmo; Têm as emoções sob controle Frio; Distante.
Conciliador; Pacificador nato; Bom conselheiro Lento; Indeciso.
Bem equilibrado; Sabe ouvir com paciência e atenção Negligente; Egoísta; Resistente.
Prático e eficiente; Cérebro organizado Sem motivação; Conservador por comodismo.
Aprecia artes Provocador.
Capaz; Cumpridor de suas obrigações e horários Avarento.

6. O TEMPERAMENTO MELANCÓLICO: CARACTERÍSTICAS PESSOAIS E PROFISSIONAIS

Imagine dois amigos na Idade Média: um, colérico, chama o outro para ir domar os cavalos que acabaram de chegar. Mas o outro, melancólico, tem até uma certa dificuldade para entender do que é que o amigo está falando, e permanece na mesma posição onde estava. Depois de domar os cavalos, o colérico ainda treina na espada e faz exercícios. O melancólico ainda não mudou a expressão do rosto.
De pouca excitabilidade mas de grande energia, o melancólico apodera-se rapidamente do assunto escolhido. Pessoas melancólicas aceitam com facilidade idéias especiais e facilmente se fixam nelas. Entre os fanáticos e especialistas existem muitos de temperamento melancólico.

O Melancólico é o temperamento mais rico de todos. É um analítico, talentoso, tipo do perfeccionista, sacrificado, com uma natureza emocional muito sensível. Ninguém aprecia mais a arte do que melancólico. Pela natureza tende a ser introvertido, mas quanto aos seus sentimentos, predominam uma série de disposições do espírito. Às vezes elevado as alturas do êxtase, não obstante, em outros momentos sai deste estado e fica deprimido.
Melancólico é um amigo muito fiel, mas não faz amizades com facilidade. É o temperamento mais confiável, visto que suas tendências dos perfeccionistas não permitem que se torne não confiável.
Sua capacidade analítica excepcional impede acertadamente para diagnosticar os obstáculos e os perigos de todo o projeto em que participa. Isto contrasta visivelmente com o colérico, aquele vê não muito freqüentemente os problemas ou as dificuldades, mas possui a confiança de que tem o poder de resolver toda a crise que lhe aparecer. Estas características fazem com que freqüentemente o melancólico não inicie algum projeto novo.

As profissões melancólicas são aquelas que requerem que o sujeito fique muito tempo parado no mesmo lugar, concentrando-se no mesmo objeto. Entre elas, poderíamos contar a pesquisa científica em laboratório e o estudo de instrumentos musicais, o que muitas vezes exige longas horas ininterruptas de prática. Um estereótipo melancólico está também no burocrata, no trabalhador de escritório, que passa o dia numa mesa com pilhas de papel. Hoje em dia, porém, há uma profissão perfeita para o melancólico que está em alta: a de programador.
O sentido maior para a vida do melancólico se dá ao sacrifício pessoal.
Freqüentemente escolhe uma profissão difícil, aquele que requeira o sacrifício muito pessoal. Mas uma vez que escolheu, tende extremamente a ser metódico e persistente.

Toda vocação requer a perfeição, a criatividade é adaptada para o melancólico. A maioria dos grandes compositores, educadores, artistas, músicos, inventores, filósofos, teólogos e cientistas foram predominantemente melancólicos. A capacidade analítica necessária projetar edifícios requer um temperamento melancólico. Mas também podem ser artesãos de primeiramente, carpinteiros, pedreiros, horticultores, advogados, escritores, mecânicos e coordenadores. Podem ser membros de toda a profissão que fornece um serviço com o sentido humanitário.
Não podemos dizer, porém, que o colérico tem força e o melancólico não tem: são forças de naturezas diferentes. O colérico tem força para realizar atividades que requerem que ele “saia de si”, ou projete-se; trata-se de uma força expansiva. O melancólico tem força natural para permanecer no mesmo lugar, para permanecer o mesmo.

Para motivar o melancólico, deve-se motivar um melancólico a lutar constantemente e ir de encontro a seu espírito crítico, que deve projetar-se para aqueles que o cercam e que gostam muito dele, dar uma razão para que se sinta estimulado com o mundo e consigo mesmo.

Algumas qualidades e defeitos do temperamento Melancólico (os mais significativos)
Analítico Egocêntrico.
Reservado quando a expor suas idéias Inclinado a auto-análise complacente.
Fala pouco, mas é muito preciso no que diz Interesse excessivo pela sua condição física.
Não se compromete a fazer mais do que pode Não faz amigos com facilidade.
Apreciador das artes; Sensibilidade e talento artístico Alimenta desejos de vingança.
Não desaponta os que dependem dele. Hipocondríaco.
Amigo fiel Se ofende muito facilmente.
Bom diagnosticador de problema. Desconfiado.
Consegue prever os obstáculos de um projeto Pessimista.
Tem confiança em sua capacidade. É correto na profissão.

7. O TEMPERAMENTO SUPINA: CARACTERÍSTICAS PESSOAIS E PROFISSIONAIS
O temperamento mais peculiar é o supina. De pouca excitabilidade mas de grande energia intelectual, o supina nasceu para ser mestre (Jesus Cristo, Madre Tereza, Chico Xavier, etc). Fiel e Leal, nasceu para servir, bom pensador, excelente relacionamento com pessoas, grande habilidade para expressar-se, muito responsável, gentil, raciocina pela emoção (possui muito amor no coração). Grande necessidade de dar e receber amor.
Geralmente o supina não se casa, escolhe ficar sozinho porque sua “missão” em primeiro lugar e pensa que um casamento e família poderiam atrapalhar seus planos e sonhos.
O Supina é o temperamento mais raro de todos. É um talentoso, tipo do perfeccionista, sacrificado, com uma natureza emocional muito sensível. Ninguém aprecia mais as pessoas que um supina. Sua maior alegria e realização é poder servir, ajudar, ensinar e “mostrar caminhos” para os possíveis problemas que tanto afligem as pessoas.

É um amigo muito fiel, faz amizades com facilidade. É o temperamento mais afável,
Possui a confiança de que tem o poder de resolver toda a crise que lhe aparecer. Estas características fazem com que freqüentemente o supina inicie algum projeto novo, geralmente de caridade, voluntariado, etc.
As profissões supinas são geralmente exercidas em Ong´s, entidades filantrópicas, voluntariado, entre outras.
Sua maior alegria é ver o outro feliz... saber que pode contribuir de alguma forma para a felicidade e bem estar do outro.

O sentido maior da vida do supinas é doar-se, sem pensar em receber de volta. Não guarda mágoas, nem rancores e é incapaz de se vingar.
Freqüentemente escolhe uma profissão difícil, aquele que requeira o sacrifício muito pessoal. Podem ser membros de toda a profissão que fornece um serviço com o sentido humanitário.
Para motivar o supina, deve-se motivá-lo a lutar constantemente e ir de encontro a seu espírito servil, que deve projetar-se para aqueles que o cercam e que gostam muito dele, dar uma razão para que sinta-se estimulado com o mundo e consigo mesmo.

Algumas qualidades e defeitos do temperamento Supina (os mais significativos)
Energia intelectual Baixa estima.
Fiel e Leal Dependente.
Nasceu para servir Relaciona-se profundamente e sofre muito com isso
Excelente pensador e filósofo Lento para falar e geralmente para se locomover.
Grande habilidade para expressar-se, porque fala com o coração Dificuldades para decidir.
Muito gentil Interioriza muito suas emoções.
Relaciona-se muito bem com pessoas Pouca iniciativa.
Grande amor a ser oferecido Dificilmente toma a iniciativa, espera sempre que o outro a tome primeiro. Muita empatia.

8. A COMBINAÇÃO DOS QUINZE TEMPERAMENTOS

8.1 - O Sangüíneo / Colérico
São extrovertidos, organizados e produtivos, oferecendo variedades de atividades e estímulos. Geralmente fala demais, deixando transparecer suas fraquezas. Possui opiniões fortes, por isso se expressa em voz alta, antes mesmo de conhecer profundamente os fatos.
Seu principal problema emocional é a ira, tornando-o agressivo diante da menor provocação, mas não guarda ressentimentos.

8.2 - O Sangüíneo / Melancólico
São altamente emocionais, tanto podem rir histericamente quanto chorar um minuto depois. Sentem-se genuinamente tristes pela outra pessoa
Exibem um perfeccionismo que os aliena dos outros, podendo seu ego e arrogância afastá-los das outras pessoas.
Muito sonhadores, sofrem com a insegurança.
Ser admiradores por outras pessoas, impulsionando-os para as realizações.

8.3 - O Sangüíneo / Fleumático
É uma pessoa feliz, bom humor, livre de preocupações. É extrovertido.
O maior problema é a falta de motivação e de disciplina. Prefere socializar que trabalhar.

8.4 - O Sangüíneo / Supina
É uma pessoa feliz, bom humor, livre de preocupações. É extrovertido.
O maior problema é a sua má administração emocional . Prefere socializar, ajudar, conversar, que trabalhar em atividades burocráticas.

8.5 - O Colérico / Sangüíneo
Extrovertido, seus esforços são produtivos e cheio de propósitos. É um vencedor nato, carismático, adora desafios, destituído de medos. Excelente comunicador, usa o raciocínio lógico e prático.
Seu ponto fraco é a hostilidade, não perdoa e guarda ressentimentos.
É brutalmente franco, dotado de opiniões fortes, preconceitos, impetuosidade. Obstinado pelo trabalho a ponto de negligenciar a família.

8.6 - O Colérico / Melancólico
Pessoa habilidosa e capaz, otimista, mente rápida e analítica, líder extraordinário, combina agressividade verbal com atenção aos detalhes.
Extremamente competitivo e vigoroso em tudo que faz, obtendo sucesso sempre.
Inclinado a autocracia, um tipo ditador, inspirando admiração e ódio simultaneamente.
Encontra dificuldades nas relações interpessoais, particularmente com os familiares.

8.7 - Os Colérico / Fleumático
Ativo e entusiasmado, calmo, indiferente e quase nunca estimulado. Muito organizado, combina planejamento com trabalho árduo, sabendo sempre para onde está indo e o que está fazendo. Entretanto é extremamente severo com as pessoas.
Guarda ressentimentos e amarguras. Ninguém é mais teimoso e obstinado, dificilmente muda de atitude . Não gosta de reconhecer seus erros.

8.8 - Os Colérico / Supina
Ativo e entusiasmado, calmo, indiferente e quase sempre estimulado. Muito organizado, combina planejamento com trabalho árduo, sabendo sempre para onde está indo e o que está fazendo. É um verdadeiro mestre para as pessoas.
Obstinado, dificilmente muda seus ideais. Reconhece seus erros, mas aponta prontamente os erros alheios.

8.9 - O Melancólico / Sangüíneo
Muito talentoso, com dom artístico.
Combina mudanças de ânimos, emotivo. Mas também tende a ser rígido com as pessoas e geralmente não gosta de cooperar.

8.10 - O Melancólico / Colérico
Perfeccionista e impulsionador, forte capacidade de liderança. Extremamente difícil de agradar, raramente está satisfeita consigo mesma. Pode ter manias de autoperseguição, hostilidade e crítica.

8.11 - O Melancólico / Fleumático
São introvertidos e são perfeccionistas, combinando eficiência organizacional. São humanitários e de boa natureza. Geralmente são excelentes escritores, pesquisadores, bons matemáticos.
Facilmente tornam-se desencorajados e desenvolvem pensamentos negativos. São vulneráveis diante do temor, da ansiedade e de uma auto-imagem negativa.
São amados e admirados pelos familiares, por ser um exemplo para todos.

8.12 - O Melancólico / Supina
São introvertidos e perfeccionistas, combinando excesso de eficiência e cobrança interior muito forte. São humanitários e de boa natureza.
Facilmente tornam-se desencorajados e desenvolvem pensamentos negativos. São vulneráveis diante do temor, da ansiedade e de uma auto-imagem negativa.
Sofrem demais pelos infortúnios dos outros. Amam incondicionalmente e sofrem por isso

8.13 - O Fleumático / Sangüíneo
É alegre, feliz, cooperador, pensativo, orientado para pessoas, diplomático, amoroso, divertido e bem humorado.
Tem falta de motivação e disciplina, por isso deixa escapar boas oportunidades e não se envolve em qualquer coisa que exija esforço demasiado. O temor é outro grande problema, acentuando sua insegurança.

8.14 - O Fleumático / Colérico
De fácil convivência, torna-se um excelente líder, bom conselheiro porque é um excelente ouvinte e é verdadeiramente interessado nelas.
Seus conselhos são práticos, bastante digno de confiança, gentil.
Seu defeito é falta de motivação e temor aos problemas, pode ser teimoso ao extremo, dificilmente cede. Sua ira se reflete num profundo silêncio.

8.15 - O Fleumático / Melancólico
Gracioso, gentil e quieto. Raramente se ira ou torna-se hostil.
Veste-se com simplicidade , organizado, tende aos dons espirituais. Seus pontos fracos são o temor do negativismo, da crítica e da ausência de auto-imagem. Não se envolvem demasiadamente em alguma coisa, tentam se resguardar ao máximo.

8.16 - O Fleumático / Supina
São pacificadores natos. Gostam de resolver os problemas da humanidade. Bons planejadores para situações humanitárias. Intuitivos, sensíveis, bons conselheiros.
Ninguém melhor que eles entendem e perdoam os seres humanos pelos erros cometidos.

9. EQUILÍBRIO DOS TEMPERAMENTOS
A mobilização das forças para o equilíbrio dos temperamentos é afetada incessantemente por estímulos que manipulamos no dia-a-dia, porém de modo ainda desorganizado. Já são conhecidas as técnicas corretas para seus manejos, qualquer pessoa Um regime de vida que sabiamente conseguir organizar e dosar tais estímulos, conforme a classificação do temperamento, certamente contribuirá para seu equilíbrio auxiliando o ser humano a cumprir sua finalidade plena através de uma vida longa e feliz, tanto pessoal, quanto profissional.

9.1 - O que devemos diferenciar entre um temperamento e outro
Devemos sempre considerar inúmeros fatores que diferenciam as pessoas que possuem os mesmos temperamentos. Nenhum ser humano é igual ao outro, existem variáveis que torna um ser humano diferenciado do outro, mesmo tendo a mesma combinação de temperamentos.
1. O percentual de combinações diferenciados
2. A criação recebida dos pais
3. As condicionantes do meio ambiente em que crescemos e criamos
4. O nível de inteligência, percepção, intuição, amadurecimento, etc.
5. A saúde física, mental e psíquica
6. A motivação em aprender e crescer como indivíduo
7. Religiosidade, etc.

Para esboçar uma situação e tentar classificar o temperamento de alguém, faz-se uma aproximação às combinações existentes, os aspectos positivos e os aspectos positivos secundários do temperamento principal e secundário podem estar fora de especificações predominantes. O mesmo é possível ser feito com os aspectos negativos. Porque é possível ser intuído, alguns aspectos anulam e outros a se, no contrário ou não complementados.
Imediatamente um será esboçado nas quinze combinações possíveis dos temperamentos, onde o nome do temperamento principal será primeiro e o secundário em segundo, aproximando dos 60 por cento do temperamento principal e 40 por cento do secundário.

Uma das objeções principais à teoria dos cinco temperamentos (Danilo Polanco, 2005), é que nenhuma pessoa pode representar nas características apresentadas, completa em relação à mistura dos temperamentos. Todos nós representamos uma combinação em pelo menos Três temperamentos:
- Um deles na Inclusão (parte intelectual, orientação social e está ligado ao cérebro);
- O segundo refere-se ao Controle (capacidade de exercer projetos de vida, tomada de decisões, nossas vontades e capacidades de exercer o controle em nossas vidas e influenciar o comportamento dos outros – área onde se concentra o pensamento);
- O Terceiro, no Afeto (necessidades da parte física, expressão das emoções, necessidade de amar e estabelecer relacionamentos amorosos).
Um temperamento não é melhor do que o outro, mesmo porque não temos um temperamento puro, mesclamos todos eles. Para o exemplo, uma pessoa que tenha 60% do temperamento sangüíneo e 40% do colérico não seja exatamente igual a outro que tem 80% de sangüíneo e 20% do colérico. Conseqüentemente muitas variáveis existem dentro das combinações que foram mencionadas anteriormente.

10. TIPOLOGIA ORGANIZACIONAL - OS TEMPERAMENTOS DENTRO DAS ORGANIZAÇÕES
Cada tipo de temperamento influencia a organização e altera seu rumo, portanto, fazendo-se vital o conhecimento de cada tipo de temperamento, principalmente dentro da empresa familiar, por ser a mais afetada em sua gestão, devido ao fator emocional.
Vários trabalhos de mapeamento estratégico desta área de estudo tentam estabelecer possíveis causas positivas ou não das resultantes dos diversos agrupamentos destes indivíduos, harmonia profissional, desempenho e nos mais distintos modelos da arquitetura organizacional.

Uma visão idealista mostra que existe um potencial positivo formidável na união de temperamentos distintos, e que de maneira ainda mais transcendental, os grupos não se agrupam ao acaso, estabelecendo assim, uma necessidade existencial por excelência.
No particular, todavia, verifica-se que cada tipo de temperamento influencia a organização e altera seu rumo, portanto, fazendo-se vital o conhecimento de cada tipo de temperamento e das inferências sobre o seu impacto organizacional.
As organizações defrontam-se com condições dinâmicas que constantemente produzem novos problemas e requerimentos imprevisíveis para ações, e são sempre caracterizadas por ambos, um sistema relativamente estruturado com ações estabelecidas de padrões regulares, e também de ações comumente com um alto grau de incerteza (negociações interdepartamentais para a transação de serviços comuns).
Organizações, portanto, requerem conhecimento especializado adaptativo e experiência, assim como um contínuo ajuste e redefinição informacional e de comportamento através da interação entre os seus membros. Desta forma, existe a freqüente necessidade de encontros e reuniões que permitem a troca de perspectivas para as definições e soluções dos vários problemas, resolução de conflitos, e desenvolvimento de interpretações compartilhadas usadas para dirigir as atividades futuras da organização, e a necessidade de se encontrar caminhos inteligentes para a busca do conhecimento em qualquer lugar da organização e não somente no seu topo. A partir do conhecimento do temperamento de cada membro da organização, ela poderá tomar as melhores decisões e principalmente entender a maneira de agir de cada um, aproveitando-se do potencial nato de cada um, gestor ou não.

Um líder de temperamento melancólico tende a ser lento em suas ações e reações, pois necessita estar muito seguro antes de qualquer decisão. Costumam ser pessoas mais introspectivas, sérias e exigentes. Tendem a fazer tudo dentro das regras e não toleram erros e falhas. Entendem a vida pela realização e concretização das tarefas. Isso as torna bons empregados e estressados quando exercem liderança.
Um gestor de temperamento sangüíneo tende a ser rápido em suas ações e reações, pois é naturalmente curioso e quer terminar logo para seguir adiante e mudar de assunto. Interessa-se por tudo, o que as faz dispersivas. Ignoram os limites do tempo, fazendo-os marcar dois ou três compromissos ao mesmo tempo. São criativas e cheias de idéias e mentalmente capazes, inteligentes e bem dotadas. Geralmente a empresa dirigida por eles é muito ativa mas desorganizada.

Um empresário de temperamento colérico é um líder, cheio de energia, empreendedor e um bom gestor. Sua energia manifesta-se por resoluções inquebrantáveis (decidiu, está decidido e pronto!). Rápido nas decisões. É um metódico que planeja não só sua intervenção como a forma e o momento. É exigente com ele mesmo e com os subordinados. É de caráter sério, sóbrio, concentrado, reflexivo e raciocinador. São ótimos gestores, mas um tanto repressores.
Um administrador de temperamento fleumático é toda impassibilidade, porém, é contrabalançada por uma intensa vida interior. O fleumático guarda os sentimentos e os acumula, até que ou não os agüenta mais, ou encontra alguma maneira mais civilizada de dar vazão a eles, como as artes representativas. Gostam de rotina e atuam em conformidade com normas e regras estabelecidas. São flexíveis, seu caráter e ritmo são constantes e disciplinados. Em situações emergenciais, na empresa agem com tranqüilidade.

Um supina seria excelente gestor de empresas filantrópicas, nas áreas sociais. Para ele, seria um tormento trabalhar em uma empresa totalmente capitalista, onde não há o fator humano considerado como o mais importante patrimônio.
Todos os temperamentos têm suas vantagens e desvantagens. Mas, ao saber quais são suas facilidades e quais são as dificuldades, permite fazer um caminho de aprendizagem para o próprio crescimento pessoal e empresarial.
O temperamento, em essência, não muda. Pode ser treinado, aprimorado, suavizado, melhorado, mas não vira outro. E cada temperamento complementa o outro em sua força. Entendendo melhor os temperamentos é um grande passo para o sucesso da organização (pessoas certas trabalhando nos lugares certos e com temperamentos que combinam entre si).
Cada casal, irmãos, filhos, pais e sócios têm sua fórmula para dar certo, mas um pouco de equilíbrio ajuda a manter a estabilidade. O melhor parceiro é aquele que é bem diferente de nós no temperamento, mas com mil afinidades. Nesta combinação podemos dizer que o temperamento sangüíneo combina melhor com o melancólico, um colérico com o fleumático e o fleumático com todos os outros.

Temperamentos diferentes provocam discussões contornáveis. Já a falta de afinidades pode reduzir um dos dois a mero coadjuvante da vida do outro. Alguém vai ter que ceder muito, e se não tiver talento para a submissão, vai sofrer. Temperamentos iguais se neutralizam.
Transformar alguém em um grande líder de uma empresa, exige uma formação complexa, onde os conceitos não podem ser apenas ensinados, mas vivenciados.
A condição essencial para qualquer empresa, sociedade ou qualquer tipo de relacionamento é que haja respeito e aceitação pelas diferenças. É contrabalançar opiniões, desejos e acharem juntos o melhor caminho. É nisso que a Tipologia Organizacional tem sua força, conhecimento próprio e do outro, respeitando cada um dentro da organização exatamente como é, sem força-lo a assumir papéis que o forcem a estarem insatisfeitos como seres humano

BIBLIOGRAFIA
LAHAYE, Tim. Por que agimos como agimos. São Paulo: Abbra Press, 1999.
POLANCO, Danilo. Teoria dos Temperamentos. São Paulo: FCU, 2005.

Sobre o Autor
•PhD em Administração de Empresas pela Flórida Christian University (EUA) •PhD em Psicologia Clínica pela Flórida Christian University (EUA) •Psicanalista e Diretora de Assessoria Geral da Sociedade de Psicanálise Transcendental. •Mestre em Administração de Empresas pela USP. •Especialista em Estratégias de Marketing em Turismo e Hotelaria pela USP, MBA em Gestão de Pessoas e Especialista em Informática Gerencial. •Psicanalista voluntária na Casa de Apoio à Criança Carente com Câncer e na Universidade da Terceira Idade. •Professora da FGV do Rio de Janeiro e de mais 03 universidades. •Empresária no ramo moveleiro •Responsável e Membro do Conselho Editorial da Revista Empresa Familiar. •Coordenadora do grupo de Excelência de Empresa Familiar do Conselho Regional de Administração de São Paulo - CRA. •Diretora da DS Consultoria S/S Ltda, especializada em Empresas Familiares. •Conciliadora, Mediadora e Árbitra Empresarial. •Membro do Conselho Editorial e responsável pela Revista Empresa Familiar. •Autora do livro O Perfil do Empreendedor e co-autora do livro Empresa Familiar: Conflitos e Soluções, juntamente com Domingos Ricca, Roberto Gonzalez e José Bernardo Enéas Oliveira. •Vários artigos publicados na área de Administração, Tecnologia da Informação e Psicanálise em revistas especializadas.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

E vamos a Piripidipt!

Olá turminha do Pitágoras! Estão apreciando nossas aulas? Espero que sim...

Como tratamos aula passada, o exercício dessa semana é conseguir identificar as regras e normas contidas dentro de sociedades muito diferentes da nossa. É claro que ao ler o texto proposto (Moqueca de Maridos,Betty Mindlin, A donzela devorada pelos homens) muitos escandalizaram-se, horrorizaram-se, tamanha crueldade relatada no texto. No entanto, não esqueçam-se de que ainda hoje existem inúmeras sociedades vivendo ainda reclusas, aprisionadas, se é que posso chamar assim, dentro de seus costumes arcaicos.

A proposta era despojar-se de sua cultura e entrando nessa, olhar o fato não mais com indiferença, mas sim, tentar, num árduo exercício, até mesmo romantizar a tão trágica história.

E mãos à obra...

Grande abraço!

Prof. Sandra