domingo, 16 de agosto de 2009

Reflexoes de Guerra


Nao que queira limitar este simplorio blog em noticias morbidas ou sobre guerras. No entanto, ha coisas que devem sempre estar em nossa mente, batendo como um sino ate que aprendamos, ou ao menos tentemos, sermos sabios. Sim, pois
o tolo persiste no erro, o inteligente aprende com os seus e o sabio aprende
vendo erros alheios, para que nao o faca.
Esta semana, embora tenha sido o conhecido Obon, ou Natsu Yasumi, fora tambem dias de reflexao e memorias, seja na televisao, apresentando documentarios sobre Hiroshima ou Nagasaki, filmes como o Hotaru no Haka sao sagrados, e, embora tao antigo, impossivel nao ve-lo e uma vez mais deixar as lagrimas rolarem.


A prefeitura de Hamamatsu tambem exibia uma serie de fotos-documentarios, os quais tive a oportunidade de observa-los por mais de uma hora. Fotos horrendas de pessoas carbonizadas e outras mostrando figuras que representavam o que foram aqueles dias marcados na historia.


Tantos sentimentos nos veem a mente: angustia, indignacao, compaixao, amor, odio e uma serie de indagacoes que eu, nao tendo nenhum caso direto, inevitavelmente nao consegui explicar, que dira, quem teve parte de si arrancada, quando um ente querido, seja amigo, parente, vizinho, verozmente levado pelos designios da guerra.


Hoje, dia 16, a TV japonesa nos ilustrou um, dos milhares de casos, que representa o que fora a guerra. Nao fatos isolados, nao uma massa de pessoas sem nomes e sonhos, mas pessoas unicas e com aspiracoes que jamais serao concretizadas.

Lembro-me que ano passado, solicitei aos alunos de Toyohashi que mencionassem num trabalho as consequencias das bombas jogadas em Hiroshima e Nagasaki. Todos foram enfaticos e descreveram muito bem o que as bombas ocasionaram: lesoes corporais, destruicao total e consequencias atomicas que perduraram por anos e anos. Porem, dois receberam destaque, o que fiz questao em ler a sala, enfatizando o que demonstraram em seus trabalhos: Sonhos. Interrompidos, frustrados...


Dona Yasuko e um grande exemplo de sonhos e aspiracoes interrompidas. Aos vinte anos casou-se com um rapaz de nome Takahiro. Seu casamento duraria apenas 3 horas. Convocado para a guerra, a ultima cena a qual ela se lembra, hoje, apos 64anos, e de seu marido, entrando ao trem que o levaria para uma viagem apenas de ida. Durante esse periodo, recebera duas cartas, uma de Takahiro e outra informando de seu falecimento na ilha de Okinawa. Casou-se novamente aos 33 anos, constitui uma familia grande, mas jamais conseguiu visitar o local, onde 240 mil soldados japoneses, possuem um memorial na Ilha de Okinawa.

Somente aos 72 anos, viuva e tendo a permissao dos filhos e netos, ela conseguia pela primeira vez, visitar Takahiro. E, em meio a tantos nomes, ao localizar na lapide..., como um filme que retrocede em segundos, sem hesitar, abracou a pedra e pos-se a chorar e a se lamentar. Como ele teria sido? Quantos filhos teriamos tido? Como sera que teriamos vivido como marido e mulher? O que sera que ele sentiu quando estava partindo?

Perguntas sem respostas...que jamais conseguiremos responder!

Para refletir...